Amieira do Tejo uma aldeia no alto Alentejo que faz do Tejo fronteira com a beira baixa, três km de tranquilidade é a distancia que nos leva para a barca, sitio onde os nossos sentidos são postos a prova, o sossego e a paz são uma constante, o rio passa com imponência pois é rei e senhor destes vales verdejantes. Na aldeia hoje com perto de trezentos habitantes na sua maioria idosos vive-se o dia a dia com muita calma, entre as hortas e o copo na taberna os mais novos trabalham, alguns fora outros tentam a sorte nas obras. Embora cada vez sejam menos, as Crianças estudam em Arez e Nisa estas últimas tristemente, levantam-se as seis horas da manhã para entrarem ás oito na escola, chegando a casa doze horas depois, custa muito estes Invernos rigorosos e tanto mais ver as nossas crianças sacrificarem-se tanto para um dia mais tarde fecharem-lhes as portas e negarem os acesos pretendidos, enfim, continuando temos uma aldeia com aparência rústica onde o cartão de visita é o seu castelo e o calvário com séculos de existência são duas obras dignas de atenção.Gastronomicamente os pratos típicos da Amieira são sopa de feijão com couve, migas de batata com entrecosto frito, cabrito, borrego e as sobremesas são boleima e cavacas, não esquecendo o bom queijo e a boa pinguinha
GAVIÃO NA HISTORIA
O Concelho Gavião na História Ao que consta, a freguesia de Gavião já seria povoada na época dos romanos, por ser terra fértil e pela sua situação numa extensa campina, pois alguns elementos arqueológicos desse período parecem indicar essa conclusão, sendo que alguns autores referem mesmo que aqui terá existido a antiga cidade de Fraginum ou Fraxinum, em contradição a outros que afirmam ser a Fraginum a vila de Alpalhão Foi no período tardo-medieval uma das doze vilas do priorado do Crato O seu povoamento terá começado por volta do século XII, quando o território estava incluído no termo de Guidintesta, uma vasta região compreendida entre os rios Tejo e Zêzere, doada por D. Sancho I à ordem dos freires-cavaleiros de S. João do Hospital com o intuito da salvaguarda do território das investidas muçulmanas Ao contrário de outras povoações, Gavião foi aumentando a sua importância com o decorrer dos séculos, como demonstra o Foral de 23 de Novembro de 1519, durante o reinado de D. Manuel I, que instituiu a vila e, por arrastamento dotou-a de todos os privilégios e direitos inerentes à categoria de concelho Ao longo dos tempos, a vida no concelho de Gavião decorreu com a regularidade permitida pelo seu afastamento dos grandes centros, embora aqui e além sentido os estrondos das crises e os fervores nacionalistas da época moderna que aqui chegavam tardiamente e um pouco esfumados O concelho foi suprimido entre 26 de Novembro de 1895 e 13 de Janeiro de 1898, na sequência de uma reforma administrativa do País. As suas freguesias passaram então para o concelho de Nisa, à excepção de Comenda, que transitou para o concelho do Crato. A restauração do concelho, em 1898, foi feita num movimento a que muito elucidativamente se designou de contra-reforma administrativa, recebendo Gavião, nesta altura, a freguesia de Belver, que até aqui estivera em Mação Em termos patrimoniais, "a paisagem é o principal monumento desta vila histórica", como referiu António Nabais em "Viagens na Nossa Terra" Gavião é um concelho essencialmente agrícola agora e como sempre. A sua população mantém muitos dos traços rurais que fizeram a sua história e etnografia. O artesanato aí está a prová-lo, bem como uma gastronomia regional rica, variada e saborosa A bandeira, armas e selo que constituem a heráldica de Gavião são os seguintes, segundo o parecer da Associação dos Arqueólogos Portugueses: Bandeira esquartelada de amarelo e verde, coroa e borlas de ouro e verde, lança e haste douradas. Armas - De negro, com uma cruz da ordem de S. João do Hospital ou cruz de Malta de prata carregada no cruzamento por um gavião de sua cor, voando, acompanhado por um ramo de oliveira de verde furtado de ouro e por um ramo de sobreiro de verde landado de ouro, atados de vermelho em ponta, juntamente com um cacho de uvas de prata realçado de purpura, folhado e truncado de verde. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres "Vila de Gavião" a negro. Selo circular, tendo ao centro as peças das armas e em volta, dentro de círculos concêntricos. Os dizeres "Câmara Municipal do Gavião" Duas últimas palavras nesta breve resenha histórica de/e sobre o Gavião para as figuras célebres de Mouzinho da Silveira, o célebre legislador português, sepultado por desejo testamentado no cemitério da freguesia de Margem deste concelho ("...são gentes agradecidas e boas, e gosto agora da ideia de estar cercado, quando morto, de gente que na minha vida se atreveu a ser agradecida"), e de Eusébio Leão, um dos paladinos e deputado da República em Portugal, natural e digno filho da nossa terra.